
O certo seria levantar a cabeça, dominar a tristeza, mas só consegue pensar em quantas lágrimas cabem em um olhar. Seus olhos cansados só lamentam, pensam, tentam, choram, não conseguem, choram novamente, imploram que o tempo passe mais rápido do que o normal. Um ano depois, dois anos depois… Nada. Só passou meia hora.
Logo estará bem, diz quem está com a vida ótima. A mulher na revista só conta as coisas boas. O cantor gargalha e você nem lembra mais como os músculos da boca fazem para realizar aquele movimento. Fácil falar quando o furacão não é deles. Isso nunca vai acabar. Pensa que os olhos ficarão assim para sempre, feios, caídos, impressionados com sua própria imagem. Mais lágrimas caem. Uma dor chata no peito, na alma. O telefone não toca. Seus amigos estão muito ocupados com suas próprias felicidades. A TV ligada distrai um pouco, o livro de Christine M. com uma linda história de amor é uma graça e ajuda a se sentir um pouco mais leve. O ar condicionado, pelo menos, está ligado. Quando dorme, o tempo passa e é a única forma de passar por isso sem queimar neurônios.
Quanto tempo vai durar? Não existem respostas, quando tudo que se quer são respostas. Aí chegam lembranças da pessoa que é, do que sonhou até ali, de como precisa ser forte, da vontade que ainda tem de viver, de sorrir e seguir. Dentro do corpo uma humilde faísca de vontade não deixa morrer os pensamentos bons. Está triste. Assumidamente triste. Por enquanto a única distração é contar quantas lágrimas caem do olhar. Que a sensação de inverno vire verão e tudo se confunda em um novo ótimo mundo.
adorei o texto. beijos @melbratzi
ResponderExcluirMais um texto perfeito da Tammy!
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Lindo texto! E quantas e quantas vezes me senti assim.. Ainda bem que essas lagrimas não são eternas,apesar de parecerem..
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