Páginas

[Resenha] Um porto seguro

Título: Um Porto Seguro
Autor: Nicholas Sparks
Editora: Novo Conceito
Páginas: 414
Classificação: 5/5


Nicholas Sparks é um dos escritores mais adorados do mundo, oito vezes considerado o número 1 de acordo com o The New York Times, com mais de 50 milhões de cópias impressas por todo o mundo. 

O livro conta a história de Katie, uma jovem muito linda e, ao mesmo tempo, muito misteriosa. Ela estava decidida a esquecer do passado de vez a qualquer custo e, por isso, resolveu se mudar para a pequena e pacata cidade de Southport, localizada na Carolina do Norte.

Katie tentou de todas as maneiras não se aproximar de ninguém. Seria muito perigoso qualquer aproximação que envolvesse qualquer tipo de sentimento, tanto para ela quanto para a pessoa. Mas isso foi inevitável quando ela se aproximou de Jo, sua vizinha sem papas na língua e grande amiga. Mas, quando ela pensou que não podia se aproximar de mais ninguém, se vê apaixonando por Alex, um homem que havia perdido sua esposa a pouco tempo e pai de dois filhos (Kristen e Josh).

Ela acreditava que tudo estava indo muito bem (tirando a parte que fora praticamente impossível não se relacionar com ninguém e ter se apaixonado por Alex), até ela ter certeza que não e que seu passado estava, aos poucos, retornando. 

Nas horas mais difíceis, o amor de Alex foi seu único refúgio. Ela encontrou nele aquilo que nenhum outro no momento poderia lhe proporcionar: confiança, amizade, lealdade, fidelidade e, sobretudo, segurança.

Após enfrentar o passo e todas as consequências deixadas pelas situações que não foram resolvidas antes, ela, agora sim, pode se considerar alguém livre. Sim, livre do passado e todos os segredos interligados a ele. 

Emocionante, envolvente, cativante e SENSACIONAL são apenas alguns dos adjetivos que consegui lembrar para descrever um livro que acaba de entrar para os meus favoritos e que vai ser muito difícil algum outro conseguir tirá-lo de lá.

Se ainda não leu, leia. 

[Texto] O amor que pode curar você!


Ame sua família, ame sua família com todo o amor que você imagina ser possível. No momento mais difícil da sua vida é a sua família que estará lá do seu lado, cuidando de você, dizendo que vai passar, estendendo a mão e acalmando seu coração. Existem famílias que não são legais? São raras. A maioria com todos os problemas continua sendo família.Brigam, gritam, parecem se detestar, mas basta um momento difícil que a família com ares de italiana está ali novamente junta, procurando as palavras mais doces para te fazer bem, passando a mão no seu cabelo e te lembrando que você pensou, mas não está só. Sua família te ama. Amigos são bacanas, alguns se preocupam com você tanto quanto família, mas as pessoas têm suas vidas e acabam indo tocar seus dias, não podem ficar todos os dias do seu lado. Garanto que se você estiver doente, seja fisica ou emocionalmente, sua família estará lá. Por que? Você é parte deles, são eles, todos juntos, que formam um núcleo de mesmo sobrenome. Se você está com um problema, esse problema também é deles.

Não é fácil ser só, não é fácil ter que tocar questões tão fundas da rotina com a força de uma família. Conheço pessoas que não têm ninguém, são completamente só. É triste. Sei bem o poder que a palavra do meu pai, tão consoladora, tem nos meus dias. Quantas vezes me senti sem chão e ele me disse: Minha filha, você é maravilhosa, pessoa de bem, seu pai tem muito orgulho de você e isso vai passar. Passava. Outras vezes, eu lamentava uma situação e ele me abraçava dizendo: Minha filha, escreva, escreva livros. Isso te faz feliz, esse é o seu sonho, eu vou apoiar você. Nem sempre foi assim. Quando decidi fazer teatro, meu pai foi contra, por preocupação, pela carreira passar instabilidade. O tempo mostrou que eu amava muito atuar, escrever e o amor dos meus pais ficou do meu lado a partir daquele instante. Quanto mais idade ganhei, mais vontade de escutar minha família passei a ter. Quero saber o que pensam, sentem, acham, quero estar perto, telefono toda hora, me preocupo. Não quero mais que meu pai carregue peso, faça esforço e fique cansado. Quero estar com minha família muito tempo, ter por perto quem me apoia acima de qualquer coisa, me ama como sou, me quer um bem que eu mesma (por ainda não ser mãe) não tenho ideia do que é. Tenho uma irmã, a amo demais e talvez com ela eu faça um singelo exercício de ser mãe, mas, pelo que dizem, só sendo mãe para entender o sentido da vida.

A existência nem sempre vai tratar você como sonhou. Vidas que parecem perfeitas não são perfeitas. Tenho amigos milionários passando o Natal sozinhos, porque os amigos estavam com suas famílias e a pessoa não tinha ninguém. Deus me livre dessa solidão. Uma vez um amigo que tem muito dinheiro me disse: Faz muitos anos que não sou feliz. A última lembrança foi quando eu estava duro, morava na casa dos meus pais e tinha sonhos enormes na cabeça. O que aconteceu quando ele ganhou muito dinheiro e realizou todos os sonhos? Nem ele mesmo sabe.

Eu moro sozinha. Muita gente diz que queria minha vida. Tem dias que é insuportável. Algumas horas, pego o carro e vou pedir colo na casa dos meus pais. Não existe mundo perfeito, dinheiro não é tudo e a gente não tem asas para voar sempre que quer. Voos sinceros são raros. A vida não é festa. Alguns dias seus sonhos serão maiores que sua realidade, você terá que refazer seu caminho e talvez seus pais sejam os únicos que possam te ajudar a recomeçar. Tem horas que uma vontade é maior que tudo, chegou a hora de realizar, seja porque sua idade está passando, seja porque você não pode mais viver sem aquilo. Talvez apenas sua família seja capaz de te dar aquele abraço de amor capaz de dizer: Calma, tudo ficará bem.

Texto de Tammy Luciano.

[Lançamento] "O castelo encantado", Edith Nesbit



"O ano novo começa com ótimas notícias. A Autêntica Editora está atualizando o que existe de melhor na literatura universal destinada ao público juvenil. Cinco clássicos de domínio público já estão em processo de tradução e edição coordenada pela premiada escritora e editora Sonia Junqueira. São todos lançamentos de obras que permaneceram ao longo do tempo e trazem importantes mensagens sobre valores humanos universais e atemporais. Todas elas ganham traduções inéditas e projetos gráficos modernos. O primeiro título está previsto para ser publicado já agora em janeiro. Trata-se de O Castelo Encantado, da escritora e poetisa inglesa Edith Nesbit (1858-1924), conhecida por E. Nesbit." (fonte)


Capa/Sinopse

Título original: The Enchanted Castle
Páginas: 248
Editora: Autêntica Editora
ISBN: 9788582170243
Leia o primeiro capítulo

"Um livro que encantou gerações em todo o mundo."

Publicado pela primeira vez em 1907, este livro conta as aventuras de três irmãos que, durante as férias escolares, na Inglaterra do começo do século XX, encontram um castelo encantado a que não faltam os costumeiros fantasmas, mas que também tem sortilégios e encantamentos assustadores.

Um lago, bosques e estátuas de mármore, torres brancas e torreões criam um clima de conto de fadas, confirmado quando os três encontram, num labirinto, uma princesa adormecida.

A princesa conta que aquele lugar é cheio de encantamentos, mas as crianças resistem a acreditar nela, que lhes mostra os tesouros do castelo, incluindo um anel de invisibilidade… E logo os quatro, numa série de aventuras e perigos, descobrem que o anel tem muitos outros poderes mágicos…

[Crônica] O Primeiro Beijo


Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.

- Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples: - Sim, já beijei antes uma mulher.

- Quem era ela? perguntou com dor.

Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.

O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.

E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca.

E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.

A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.

E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.

Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.

O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.

De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.

Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.

Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.

Ele a havia beijado.

Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.

Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.

Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele... Ele se tornara homem.

Crônica de Clarice Lispector.

[Notícia] Megalivrarias crescem no Brasil, apesar da Internet


Foto: Tiago Queiroz/Estadão



Enquanto nos Estados Unidos as megalivrarias fecham as portas, no Brasil o cenário é de expansão. As grandes redes do País têm ganhado cada vez mais espaço. O aumento do número de lojas que faturam entre R$ 7 milhões e R$ 10 milhões por ano dá a dimensão do fenômeno: elas saltaram de três em cada cem, em 2009, para 17 em cada cem em 2012, segundo pesquisa da consultoria Gfk. E, ao contrário do que se poderia imaginar, boa parte do crescimento está no mundo físico - mesmo diante do avanço das operações online.

A Livraria Cultura, hoje presente em oito Estados, abrirá quatro unidades neste ano. A Livrarias Curitiba, que tem presença forte no Paraná e em Santa Catarina, inaugurou duas em 2012 e vai abrir outra de mil metros quadrados em Sorocaba (SP). Maior rede do País, a Saraiva, dona de cem unidades, vai abrir mais quatro este ano.

Mas por que essa expansão num país em que os cidadãos leem, em média, quatro livros por ano (incluindo os lidos na escola)? Nos Estados Unidos, onde essa estimativa sobe para dez, a rede Borders fechou todas as suas unidades, deixando cerca de 10 mil funcionários sem trabalho, e a previsão é que outra grande rede, a Barnes & Noble, feche um terço de suas lojas nos próximos dez anos.

Além de haver espaço para a abertura de novas lojas no Brasil (são 3.481 livrarias para 5,5 mil municípios), há outras explicações para esse contraponto. A primeira delas é o contexto econômico. Os americanos, desde a crise financeira de 2008, têm consumido menos. Isso se opõe ao cenário brasileiro, onde - mesmo com a desaceleração da economia - a classe média emergente está ficando mais educada.

"O número de potenciais compradores de livro está crescendo junto com o aumento dos alunos em cursos superiores", diz o consultor do mercado editorial Gerson Ramos. "Embora esse estudante seja mais um consumidor de material preparado para as aulas, estamos formando uma pessoa que pode virar um leitor."

Outra característica que diferencia a realidade brasileira da americana é a situação do varejo. Não são apenas as livrarias que estão encerrando as suas operações físicas nos EUA. O grupo de vestuário Abercrombie & Fitch, por exemplo, fechou 135 lojas nos últimos dois anos e anunciou que planeja fechar mais 180 unidades nos próximos anos. A Best Buy, ícone na venda de produtos eletrônicos, encerrou as atividades de 50 lojas.

Na opinião do presidente da Livraria Cultura, Sergio Herz, as livrarias americanas estão inseridas num contexto em que o varejo tenta se reinventar diante da força do comércio eletrônico. "Nos anos 60, o que você fazia para conquistar um cliente? Abria uma loja. Hoje, o cliente passa em frente à sua loja com um smartphone (que informa preços e permite a compra de produtos)."

A migração das vendas físicas para o mundo online, para o executivo, seria o principal fator para a crise no varejo americano. Esse, aliás, foi um dos assuntos polêmicos tratados na Retail Big Show, o maior evento do setor, realizado nos Estados Unidos. Durante a feira, ouviu-se de analistas que em dez anos o Walmart, hoje o maior varejista do mundo, deve perder esse posto para a Amazon, o maior site de e-commerce.

Dito isso, é natural pensar que o mesmo problema afete o Brasil e, consequentemente, as livrarias. Mas Marcilio Pousada, presidente da Saraiva, pondera que as livrarias americanas não construíram grandes negócios na internet. A Borders, por exemplo, entregou toda a sua operação de venda online para a Amazon no início dos anos 2000. "Em 1998, nós estabelecemos um negócio muito forte na internet, que hoje representa 35% das vendas da Saraiva (o site vende outras coisas, mas o livro é o carro-chefe). Quem tem livraria física, mas não está bem na internet, pode vir a ter problema sim."

Quem não incrementa a estrutura da operação física, por outro lado, também tende a não obter sucesso no Brasil. Nesse quesito, as livrarias locais estão na frente das americanas, segundo Samuel Seibel, dono da paulistana Livraria da Vila (que inaugura uma loja em Curitiba neste ano). "As brasileiras são mais aconchegantes e extrapolam o conceito que tínhamos de livraria há até pouco tempo, pois viraram um ponto de encontro. Você marca reuniões, toma café e tem o ambiente como algo agradável."

Segundo ele, esse "charme" típico das livrarias brasileiras contrasta com as lojas dos EUA. Além de diversas filiais e muitos metros quadrados, as americanas são bastante parecidas umas com as outras e oferecem exatamente a mesma experiência. "No nosso caso, o projeto arquitetônico consegue ter uma particularidade em cada loja. O bem-estar se recompõe a cada projeto."

Nas lojas de Seibel, os móveis são comprados em brechó, há estantes onduladas, escadas com corrimão arredondado, pufes grandes coloridos, poltronas e tapetes. Tudo é composto de forma distinta em cada uma das sete unidades existentes na capital paulista. A tentativa é fazer da livraria um local de passeio.

A Livraria Cultura, cuja unidade do edifício Conjunto Nacional, em São Paulo, também esbanja curvas e cores, tem ainda duas salas de cinema e teatro. Neste ano, a empresa usará seus teatros e auditórios para começar a oferecer cursos livres em diversas áreas do conhecimento.

Diversificação. Além de criar um espaço de entretenimento, as livrarias têm se esforçado para ir além dos livros. A Fnac já se consagrou na venda de TV, celular e computador, entre outras categorias - deixando até o acervo de obras em segundo plano. Lá, os livros respondem por cerca de 25% do faturamento total da loja, segundo estimativas do mercado. Na Saraiva, também é possível encontrar brinquedo, tablet, massageador e TV.

"Trata-se da necessidade de ter um conjunto de produtos de maior valor unitário", diz Gerson Ramos. Isso se prova nos números. Em 2009, quase todo o faturamento vinha dos livros para 37% das livrarias brasileiras. Em 2012, essa fatia caiu para 22%. É o começo da vida das livrarias além dos livros. / COLABOROU MARIA FERNANDA RODRIGUES


Fonte: Estadão